DESIGNAÇÃO:
ESTÁGIO

NÚMERO DE CRÉDITOS (min 3 ECTS):
20

CARÁTER:
obrigatório

ANO:

REQUISITOS PREVIOS:
Passar às disciplinas do 1º ano

DESCRIÇÃO DO ESTÁGIO:
No Estágio, de caráter obrigatório, os alunos, por um lado, colocam em prática os conhecimentos e capacidades funcionais aprendidas durante o primeiro ano (no qual os conteúdos teóricos são ensinados) e, por outro lado, acentuam a sua familiarização com o ambiente universitário e o mundo do trabalho. Este bloco é desenvolvido durante o segundo ano, portanto, a exigência de acesso consiste na conclusão bem-sucedida dos assuntos que compõem o ano formativo anterior.
O estágio será desenvolvido num ambiente conhecido controlado e semicontrolado, mas com as exigências do trabalho em empresas comuns. A essência do Estágio reside na possibilidade de transferir o conhecimento teórico para o contexto real aplicado. A implementação de capacidades relacionadas com o desempenho real favorece a codificação das mesmas e facilita a sua incorporação no pensamento analógico dos estudantes. Isso aumenta a probabilidade de haver uma aprendizagem de métodos cognitivos na resolução de problemas, o que será de utilidade para o estudante no seu trabalho e na sua atuação normativa no trabalho.
Para a integração do estudante utiliza-se a metodologia do Emprego com Suporte (ECA). Esta metodologia também é utilizada no trabalho em empresas comuns. Esta técnica é explicada pelas seguintes fases, propostas pela Associação Espanhola de Emprego com Apoio (2008):

(1) Identificação do local de prática mais adequado para o perfil do aluno, tanto pessoal como profissional. O grau de empregabilidade da pessoa é avaliado em aspetos como: autoestima, motivação, envolvimento, aceitação da deficiência, autoconceito, grau de frustração e autocontrole. Esta metodologia proposta por Gaztelan, entende que a empregabilidade consiste em ter acesso a um trabalho que satisfaça o indivíduo e que, para, isso será necessário que alguns conhecimentos, habilidades e motivações.

(2) Contacto e estudo do trabalho. Uma vez ultrapassada, é necessário um estudo sobre o local do estágio e sobre as tarefas a executar. São características essenciais: ambiente no trabalho, a posição de estágio e as características pessoais do pessoal de apoio do aluno.
54

(3) Integração no local de estágio e preparação do Itinerário Pessoal de Inserção Laboral. A integração é realizada progressivamente, pois abrange não apenas a aprendizagem de um trabalho concreto, mas a assunção e compreensão de um ambiente social específico. Tudo isso envolve a codificação de diferentes tipos de informações complexas, de modo a que a transmissão do conhecimento seja feita gradualmente, com base na repetição, pausa, concretização e repetição.
Nesta fase, o apoio é de vital importância, já que será a pessoa responsável por um ambiente seguro e uma relação de confiança que aumentará a autoestima do estudante e lhe permitirá sentir-se suficientemente bem a nível psicológico, para que a aprendizagem fique consolidada de maneira efetiva. O mediador do estágio tem a mesma função. Apenas o seu apoio é retirado gradualmente, não sendo, por essa razão, uma figura presente, embora seja constante.
Para a elaboração do Itinerário de Colocação do Trabalho Pessoal, será tido em consideração o desenvolvimento do modelo de emprego com apoio na interação com a pessoa, o qual compreende: (1) as medidas de participação no itinerário; (2) as medidas de desenvolvimento e acompanhamento; (3) a inserção e adaptação gradual ao local de trabalho; e (d) a avaliação no final do itinerário, o que inclui a avaliação do bem-estar da pessoa, o desempenho correto das tarefas confiadas, o funcionamento das adaptações feitas, o sucesso na inserção social na empresa e o desempenho, em um sentido global.
O desenvolvimento e planificação de cada itinerário depende de cada estudante que se vai integrar o mundo do trabalho. Para o projeto inicial (tendo em conta que o itinerário é um conjunto integral de ações e, portanto, é um processo dinâmico, sujeito a mudanças), todas as informações reunidas na fase de empregabilidade serão tidas em consideração. Com esses dados, os profissionais devem ser capazes de realizar de forma meticulosa os ajustes necessários para que a pessoa com deficiência possa enfrentar o stresse gerado pela inserção, mantendo um estado mental positivo e saudável.

Com base nestes dados, o mediador prepara um itinerário personalizado, considerando:
– As tarefas a serem executadas pela pessoa com deficiência intelectual:
– Riscos de um mau desempenho das tarefas e protocolo de ação, acautelando as consequências psicológicas para o trabalhador com deficiência.
– Riscos derivados do stresse relacionado com as expectativas de sucesso e com as capacidades da pessoa.
– Extensão das tarefas, utilizando o modelo analógico de processamento na
resolução de problemas.
– Ordem e sequência de tarefas, oscilando entre:
– O volume de tarefas no seu dia de trabalho.
– A capacidade atual e potencial da pessoa e desvalorização da atenção. – A manutenção da motivação ao longo do dia de trabalho.
– Tarefas equilibradas para evitar a sensação de alienação do trabalho.
– Equilíbrio de intervalos para facilitar a socialização com outros trabalhadores.

(4) Retirada progressiva do apoio. Há uma retirada progressiva de apoio com base no desempenho do aluno e nas necessidades da posição de estágio. Para realizar a retirada do apoio, o itinerário de inserção deve estar completo e o aluno teve que cumprir os objetivos estabelecidos, como um reflexo da aquisição da maturidade necessária. Uma retirada definitiva do apoio ocorre, dependendo da pessoa, quando o trabalhador adquira um grau ótimo de autonomia. Quando o mediador não está na empresa com o trabalhador, um acompanhamento de não comparecimento regular é realizado.

(6) Acompanhamento de trabalho e treino contínuo em todas as práticas. O acompanhamento é realizado pelo mediador de trabalho que envolve a pessoa com deficiência intelectual. São utilizados, pelo mediador e pela equipa de ensino que o apoia, metodologias de inovação social para avaliar as preocupações, benefícios e dificuldades que possam existir entre colegas de trabalho que com- partilham espaço com a pessoa com deficiência, gerando redes informais de conversação e aprendizagem social, onde pode haver trocas de experiências e criação de comunidades de apoio para a pessoa. A criação de espaços informais onde as empresas podem colocar suas percepções com confiança, ajudam a aumentar a consciência, a padronização e a criação de redes de suporte mais consistentes.